Minha 1ª liderança...oficial
Quando me vi atuando como líder de pessoas pela 1ª vez, não me achei capaz pra isso.
Havia recebido um convite inesperado: "Thiago, eu quero que você lidere nosso time".
Eu era o mais jovem do time e da empresa. Perguntei de volta: "Como você quer que eu faça isso?"
Resposta: "Fazendo o que você já faz".
Eu não sabia muito bem o que isso queria dizer e comecei a me perguntar como eu diria ao "time" que seria seu líder, sem que isto causasse uma rejeição.
Marquei uma reunião e...não disse. Apenas me coloquei à disposição para resolver o que precisassem, que eu poderia ser uma ponte para levar os assuntos para gerência e que eles contassem comigo. Em 3 meses, começamos a conquistar resultados coletivos e não paramos mais.
O que aprendi com isso? Muitas coisas.
Uma delas é que meio que institivamente, eu me liguei nas pessoas que estavam ali, comecei a querer saber das suas historias de vida, o que encontravam de dificuldades na hora de bater as metas e aonde achavam que precisavam de ajuda.
Lembro de ter ido buscar uma causa maior em atendermos bem nossos clientes. De prestarmos a melhor informação possível na escolha dos produtos e serviços. Era um banco. Queria que atuássemos não como comercial, mas como consultores financeiros. Nossa missão era esclarecer as pessoas sobre suas reais necessidades e como poderíamos linkar com nossos melhores produtos mesmo que para isso significasse vender menos, naquele momento. Com o ganho de confiança, ganhamos indicações. Com a verdade, ganhamos mais em reputação, clientes indicavam outros clientes e nossa regional se destacava como uma das melhores do Brasil. Um cliente uma vez falou:
“eu nunca vi ninguém num banco dizer para que eu “comprasse menos” ou que pegasse uma linha menor de crédito. Vocês sempre tem tantas metas para bater.” Respondi: “é verdade, mas quero que você venha aqui mais vezes.” Ele veio e trouxe seus amigos.
Mas este artigo não é sobre uma autopromoção, mas para que possamos refletir como nascem as lideranças. Na época, meu “chefe/líder” viu algo em mim. Desde a entrevista no processo seletivo, ele me perguntou: “Você é um líder?”
Esta pergunta acendeu algo em mim que nunca esqueci. Um turbilhão de memórias me veio a mente e respondi a ele: “Me diga você”. Comecei a contar a ele como tinha criado um grêmio na minha escola da qual era o diretor de esportes. Sobre como em tantos times de futebol que joguei, fui o capitão. De ter sido o irmão mais velho de quatro irmãos e outras histórias da infância/adolescência que me fizeram crer que sim,
havia um líder em mim. Como eu acredito que há em todos nós.
Depois disto, pude formar outros líderes, algo que até hoje faço. E ao longo dessa caminhada, o que percebi era que desenvolver pessoas era e é algo muito profundo, que depende muito da iniciativa de cada um e de preparamos o ambiente mais propício para que os talentos floresçam.
Resolvi por este e outros meios estudar atualmente a Psicologia Analítica de Jung, na busca por ter mais recursos para compreender a mente humana e saber mais como apoiar as pessoas a coletivamente resolverem problemas, começando com os seus e em seguida se unindo por causas maiores nas organizações por exemplo.
na foto: encontro de supervisão com José Balestrini para estudo de casos.
Essa jornada é um caminho trilhável por todos aqueles que entendem que dado o movimento de transição que vivemos, a necessidade de ampliarmos nossa consciência, de avançarmos enquanto sociedade, é necessário que nasçam sempre líderes em nós que assumam a responsabilidade de facilitar este caminho para os que vem chegando. Fazendo com que todos possamos nos encontrar num modelo de vida e trabalho mais justo, equilibrado e próspero, para todos.